terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Altas Cumbres, Bom Malbec.



Altas Cumbres bom Malbec, por menos de R$20,00.

Está numa promoção no Lidador, esse vinho bem aromático e intenso por R$ 19,75. Excelente relação custo-benefício. Acompanha muito bem um bom bife. Um dos melhores malbecs de baixo custo. Sempre o encontrei por algo entre 25 e trinta reais. Menos de 20 é a primeira vez.

O Lidador em si é uma loja que merece uma visita à sua – quase centenária - sede no Centro do Rio, pois as franquias em shopping não chegam perto em qualidade e variedade.

Depois de um rápido giro pelo google, encontrei em São Paulo o Altas Cumbres, no Emporium por R$ 19,50. Nunca comprei lá, mas o preço é bom.

Como todo malbec, deve obrigatoriamente ser servido com carne vermelha. Filé, picanha, costela... carnes untuosas, casam bem com a forte uva malbec.

Boa compra.

Do mesmo produtor – Lagarde – e com o mesmo nome, há um corte de Cabernet e Malbec, mutíssimo bom. Não sei a proporção de cada uva, mas ele ganha a intensidade da malbec com a elegância bordalesa da Cabernet. Formando quase um “Bordeaux” com sotaque de Mendoza... Acompanhou de forma brilhante o medalhão, com pasta ao molho fungh do Fiorino. Meia garrafa por algo em torno de 19 pratas. No belo restaurante, com mesas ao ar livre, num jardim de uma casa antiga, vale o preço cobrado, apesar de ficar na Tijuca...

Ficha:
Lidador
Rua da Assembléia, 65
Tel: 2533-4988
http://www.lidador.com.br

Fiorino
Avenida Heitor Beltrão, 126, Tijuca,
Tel: 2567-4476 e 2567-3386

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Vinhos Italianos

Se você consegue ler em italiano (como todos sabemos, italiano, assim como francês e espanhol, não passa de português mal falado) o site http://www.mondo-vino.it/enoteca.htm pode ser uma boa fonte de consulta sobre vinhos italianos, dando detalhes de preços e os descritivos dos vinhos.

O Melhor vinho italiano que eu bebi foi um Brunello de Montalcino 1997. Comprado a preço irrisório no Extra (ex-Bon Marché), paguei uns vinte e poucos reais por uma ótima safra de um vinho vendido corriqueiramente por cerca de duzentos reais.

Com certeza queima de estoque e quem colocou o preço não sabia do que se tratava. Quando voltei pra comprar TODAS as garrafas já não havia mais nenhuma... Bebi de joelhos.

Valeu pela dica Fragni.

O pessoal quer mesmo é namorar... Sempre sexo...

Eu monitoro os acessos a este blog, pra saber o número de visitantes por dia.

Muita gente aparece através de links externos, outros leitores pintam sempre que ponho um artigo novo e vem muita gente quando o blog é citado em algum lugar importante, como foi o caso em "O Dia" Chove leitor.

Entretanto a maioria dos visitantes são redirecionados de sites de pesquisa, através de palavras pesquisadas, como por exemplo "Malbec", Cabernet, etc, etc...

Mas o artigo sobre a degustação de cerveja teve um boom de visitantes, estranhei: "um artigo sobre cerveja teve um boom de visitantes?"

Reli o título do artigo e então compreendi: "Louras... morenas, mulatas, ruivas, negras..."

Agora vou colocar nos artigos, palavras como, sexo, iPhone, louras, morenas, mulatas, sex...

Ainda, Louras geladas

Esqueci de falar da revista editada pelo Xavier. BeerMagazine. Muito boa. Está no seu primeiro número. Vida longa a ela!!!

E a comida servida no Belgian Beer estava excelente: Começou com umas salsichas alemãs e mostarda acompanhando as Stella Artois. Seguiu-se um maravilhoso croquete de queijo feito com cerveja (repeti duas vezes a porção!!!) e encerrando com uns mexilhões empanados (também na cerveja!!).

Tudo perfeito e harmonizando super bem com as cervejas servidas. Seriam pratos que não harmonizariam bem com vinhos tintos, mas com as encorpadas cervejas, ficou nota dez!!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Pausa para Louras... morenas, mulatas, ruivas, negras...


O Enochato diz: No verão devemos beber vinho branco... Bem, eu bebo tinto (no ar-condicionado) ou uma boa cerveja com os amigos.

Ontem à noite fui a um evento técnico da Citrix (sou profissional de informática...) e depois da palestra técnica (excelente pois foi curta...) tivemos uma degustação de cervejas no “Belgian Beer Café” realizada pelo gente boa Xavier. Belga com o característico sotaque e a também característica barriga de cerveja. Divertidíssima a palestra dele com excelentes tiradas sobre os padres cervejeiros da Bélgica ou quando deu uma sacaneada nos degustadores de vinhos que cospem o vinho num balde.

Antes e durante a palestra técnica foi servido Stella Artois (boa...) e as cerveja degustadas foram, pela ordem: Hoegaarden, Leffe, Duvel (diabo) e Chimay. Finalizada a degustação, pode-se beber "a balde" a cerveja preferida da degustação.

Uma das frases do Xavier que mais me chamou a atenção foi “a melhor cerveja não existe, seu interesse também tem um limite...”. Fiquei pensando se também se aplica aos vinhos... Penso que sim. O nosso interesse por vinhos deve ter um limite (pra mim o limite é financeiro...) em relação à nossa vida quotidiana...

Como ficou evidente eu também gosto de cerveja, sobretudo as boas, mas também bebo AmBev com os amigos.

Ficha:
Av. das Americas 500, bloco 21, Cob.319
Rio de Janeiro - Brasil
Tel: 55 (21) 2494-2200

Prece do Bordalês

Meu Deus...
Dê-me a saúde por muito tempo
Amor de vez em quando
Trabalho, não muito assíduo
Mas Bordeaux todo o tempo.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Adega Climatizada Baratinha...


Ofertas Imperdíveis – Adega Climatizada super barata.

Ter uma adega climatizada é quase mandatório pra quem gosta de vinho tinto e mora em cidades quentes, como Rio de Janeiro e quase todas as capitais brasileiras.

Existe a lenda de que o vinho tinto pode e deve ser servido à temperatura ambiente, isso até é verdade em Paris, mas no “Rio 40°”?? Fala sério!!! Absolutamente Impraticável...

Mas aí temos outro problema tão grave quanto beber vinho a 40ºC: vinho tinto gelado perde completamente os aromas, a sensação táctil na boca fica comprometida... O vinho tinto deve ser servido, à grosso modo, entre 13 e 18ºC. E pra isso, o ideal é termos uma adega climatizada, onde você defina a temperatura na qual ela manterá os seus vinhos.

Uma excelente adega, para manter vinhos caros, como os Gran Cru Classè de Bordeaux, por longos anos, deve ter, além de temperatura controlada, também a umidade mantida estável para preservar as rolhas úmidas e com isso garantir a longevidade do vinho. Mas como esse blog não é freqüentado por abastados, vou me deter a colocar um link sobre esse tipo de adega. (Art de Caves)

Mas para nós mortais, uma adega simples, que mantenha o vinho na temperatura certa, é o que realmente interessa e nesse caso temos as adegas comercializadas pelo Wal-Mart no Brasil.

JC-33A, com capacidade para 12 garrafas, por apenas 368 merrecas
JC-65B, maiorzinha, com capacidade para 28 garrafas, por 598 reais.

Com esses preços, é inevitável sentir uma certa “dor de corno” ao lembrar o quanto eu paguei na minha adega GE para 29 garrafas...

Não são lá muito estilosas, mas não fazem feio também num canto da sala ou da cozinha. Ambas se dizem silenciosas e sem vibração (o que é ótimo para o vinho), possuem vidros âmbar, o que protege o vinho da luminosidade. O fato do sistema de refrigeração ser termoelétrico, significa que consomem muito pouca energia elétrica (70Wats) mas em contrapartida a temperatura interna depende da temperatura externa. O que não chega crítico, pois você consegue definir a temperatura que te interessa através dos botões no painel.

Um ponto negativo é a falta de chaves. Pode parecer uma bobagem, mas pra quem tem filho adolescente em casa deve ser mandatório...

Resumo da ópera: Não é a melhor adega da face da terra nem mesmo a mais bonitinha, mas atende aos requisitos básicos e está quase de graça. Corra ao Wal-Mart e vá comprar uma, nem que seja pra sacanear o seu vizinho que bebe vinho tinto à temperatura ambiente...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Alguns dos restos mortais de NY


Eis algumas das garrafas derrubadas nesta semaninha passada no congelador novaiorquino...

Clique na foto, e ela será ampliada.

Gostei mais das garrafas à frente.

Foto em NY


Não fiz questão de ser fotografado ao lado da estátua da Liberdade... Provincianismo sim, mas de leve... Mas - não sei porque - gostei desse outdoor...

domingo, 18 de novembro de 2007

NY, NY

Pessoal o Blog nao esta sendo atualisado pois estou em NY. Naturalmente enchendo o pote de vinho... Mas escrevendo num Mac... Nao acentua... Nao dah...

Ontem bebi um vinho organico - Pinot Noir - "Girasole Vineyards" - 2006 - from Mendocino - CA. Bom. Nada de mais. Mas sendo uma producao que respeita o meio ambiente, tende a ser um caminho sem volta, jah bastante avancado no Chile e em outros paises do novo mundo e - naturalmente - na California: "A California eh diferente irmao..."

Quanto ao vinho? Good enough to drink and talk.

Bom mesmo foi o Ferrari-Carano 2002. Um Syrah honestissimo da California. Frutado, jovem. Muito bom por 17 doletas. Bom presente pra Fabiola levar para o marido dela, que se chama Ferrari...

Aa noite devemos matar um Gand Cru de Saint-Emillion... Depois Conto.

Links: www.girasolevineyards.com e www.ferrari-carano.com

Enjoy.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Os Vinhos do Aniversário

“Borgonha, az pensar bobagem,
Bordeaux, faz falar bobagem,
Já o champanhe te leva a fazer bobagem”

Bebi três vinhos no meu aniversário, a saber:

O primeiro bebi solitariamente na minha última noite com 39 anos – Mouton Cadet. Trata de um legítimo Bordeaux de sangue azul, produzido pelo Chateau Mouton que é um dos cinco Premier Gran Cru Classé de Bordeaux porém produzido em larga escala para o mercado americano. Ou seja, vinho francês com pedigree mas produzido com espírito de Henry Ford... Gostei. É um bom vinho de Bordeaux, vale a grana, mas esperava algo mais. Entretanto o meu espírito estava um pouco nublado pela proximidade dos 40... De qualquer forma não é um vinho capaz de me fazer falar mais bobagem que o habitual.

O segundo foi em família, na hora do almoço - EA - da Fundação Eugênio Almeida. Almoço mais “família tijucana” impossível: Medelhão com Arroz a Piamontese no La Mole da Marquês de Valença. Éramos quatro pessoas e uma garrafa foi pouco. Harmonizou perfeitamente com o medalhão ao molho madeira. O EA foi indicado pelo Renato Machado, como uma boa opção de “preço qualidade”. Concordo.

O terceiro foi à noite, entre alguns poucos amigos: Pinord Clos Torribas Crianza – Tempranillo 2003, único vinho bebido no meio de um rodízio de cervejas (entre elas Bohemia negra, Erdinguer e Petra) mas fez bonito: Paramos todos para degustar o vinho, indicado como um dos cem melhores vinhos do mundo pela Wine Spectator. É um vinho espanhol, da uva tempranillo, muito aromático e um sabor intenso. Um vinho fácil e agradável. Como diria o enochato “com taninos redondos”.

FICHA
Mouton Cadet - R$ 55,69 na Estação do Vinho

Pinord Clos Torribas Crianza por 28,99 no Pão de Açucar e mais ou menos ao mesmo preço na Garrafeira ( R. Dias Ferreira, 259 - Leblon - Rio de Janeiro - RJ. Tel: 21-2512-3336.

EA – Por quase R$ 28,00 no supermercado Mundial, R$ 75,00 no Pão de Açúcar. Ou seja super barato no Mundial.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Reserva ou não reserva? "Marquetingue"...

"O vinho pode iludir o conhecimento dos sábios e fazer os sérios sorrirem e brincarem"
Homero
Quando o vinho ostenta no seu rótulo a palavra "Reserva" ou "Reservado" é de se imaginar um vinho melhor que o ordinário do mesmo produtor, mas e quando o produtor é ordinário e coloca o título reserva no seu ordinário de base? Apenas para vender mais? E quando o mesmo produtor coloca o nome de "Seleção" no seu vinho, digamos, carro popular? No seu Fiat Uno Mille...

Mas nem todo produtor faz isso e alguns até trabalham direitinho no meio dessa prática mercenária. Um bom exemplo? Os vinhos Tarapacá: temos o Cosecha Tarapacá - bem fraquinho, chega a ser ruim, mas por onze pratas no Mundial... Um nível acima, temos o Tarapacá - simplesmente Tarapacá, bem mais palatável, por menos de 20 pratas. Quando então chegamos ao Reserva, por menos de 30 pratas no Zona Sul, temos um vinho que faz bonito e por menos de 50 temos o Gran Reserva, que é um excelente custo benefício. Ao bebermos esses vinhos em série notamos claramente a melhora de um vinho básico ao outro extremo dos vinhos premium. Se o produtor for sério e não usar o "reserva" no rótulo apenas para fazer marquetingue grosseiro, pode ser um bom indicativo de qualidade, pois os vinhos reserva, normalmente passam mais tempo em barril de carvalho, são feitos com uvas selecionadas, etc, etc...

Outro bom exemplo é o português "Porca de Murça". O reserva é bem melhor que o simples... E também custa algo em torno de 30 pratas. Vale a diferença.

Mas existem alguns produtores de miolo mole... que usam a palavra reserva de forma predatória...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Com Que Uva eu Vou?

Qualquer um que conheça sua própria história certamente conhece seus vinhos.
Arnold Toynbee

Uma das grandes confusões do novato sobre o mundo dos vinhos é o varietal a comprar. Ou seja: “Qual uva?”

Neste final de semana estive em Sampa e comprei no Pão de Açúcar três vinhos de diferentes uvas do mesmo produtor (Finca Flichman, R$ 16,90 em oferta, normalmente custa vinte e poucos...). O objetivo era experimentar um após o outro e verificar as diferenças entre as uvas. Não deu tempo pra fazer a brincadeira, mas fica a sugestão.
As uvas disponíveis neste vinho são Syrah, Malbec, Merlot e Cabernet Sauvignon. Todas – exceto talvez a Malbec – são uvas clássicas, que fizeram fama e fortuna em solos franceses, cultivadas globalmente por quase todos os grandes produtores do novo mundo. a Malbec faz parte da mistura de um grande número de Bordeaux, mas virou a uva símbolo da Argentina, pois se adaptou super bem em Mendonza e combina perfeitamente com churrasco e não se espalhou muito pelo mundo. Mas isso é outro papo.

É um bom exercício para aprender a escolher o seu tipo de uva favorita e também treinar os sentidos, escolher um vinho de cada uva de um bom produtor, sugiro o próprio Finca Flichman básico ou - num patamar acima de preço o Caballero de la Cepa do mesmo produtor ou o Finca la Linda da Bodega Luigi Bosca, mas qualquer bom produtor pode servir. Reúna alguns casais – bons de copo, um para cada garrafa - em torno de uma boa mesa e vá experimentando vinho após vinho, tendo sempre o cuidado de não misturar os vinhos na taça e não comer alimentos que briguem com os vinhos, tipicamente saladas com vinagre, ovos, alcachofra... Sugiro que siga a seguinte ordem: Merlot, Cabernet, Syrah e Malbec. Sinta o perfume de cada uma, veja a cor, o gosto no final da boca, sobre a língua, a harmonia com os pratos servidos. Faça anotações a cada tipo de vinho, pois depois da quarta garrafa vai ser difícil lembrar do primeiro...

Naturalmente esse exercício não é definitivo com apenas um produtor ou vinhos de uma única origem, pois há diferenças entre os produtores e mesmo a especialidade destes em relação aos tipos de uvas. Na Argentina reina o Malbec, no Chile o Cabernet e a Carmenère...

Logicamente existem muitas outras uvas, e deixar de fora a Pinot Noir chega a ser um crime, mas como a Pinot Noir é uma uva temperamental (exige cuidados muito especiais no seu cultivo) e não é muito fácil encontrar bons Pinot Noir a preços acessíveis, vamos deixá-la para depois. E para começar, essas quatro populares no Brasil são um bom ponto de partida.

O grande problema é perceber que todas são excelentes, cada uma do seu jeito claro...

Depois me conte o que achou do experimento.

sábado, 29 de setembro de 2007

Doña Dominga - Bom e - MUITO - Barato

Quer dizer... bonzinho e MUITO barato...

Dei uma passada rápida no Zona Sul para comprar um vinho para acompanhar um fundue. Pré-requisito: Barato.

Resolvi experimentar o Doña Dominga Cabernet Sauvignon-Carmenère: R$ 14,80.

Bem, acompanhou o fundue sem problemas e muito provavelmente acompanharia uma roda de amigos, substituindo a cerveja.

Obviamente, não é vinho para degustar ou celebrar algummomento especial, porém, mais acessível que isso... Difícil.

Ou seja, trata-se de vinho para beber. Enjoy!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Philippe de Rothschild



Antes de Fazer a análise do Mouton Cadet - vinho que matei na noite da difícil transição dos 30 para os 40 anos - vou colocar aqui uma lenda recebida por e-mail sobre o Philippe de Rothschild produtor do Cadet e de um dos cinco melhores vinhos Bordeaux. Para uma fonte mais mais confiável sobre o barão, sugiro uma visita à Wikipedia, mas a história a seguir é interessante...

Consta, que certa noite, muitos anos atrás, um homem entrou com a namorada no restaurante Lucas Carton, em Paris, e pediu uma garrafa de Mouton Rothschild, safra de 1928.
O sommelier, em vez de trazer a garrafa, para mostrar ao cliente traz o decanter de cristal cheio de vinho e, depois de uma mesura, serve um pouco no cálice para o cliente provar.

O cliente, lentamente, leva o cálice ao nariz para sentir os aromas, fecha os olhos e cheira o vinho. Inesperadamente, franze a testa e, com expressão muito irritada, pousa o copo na mesa, comentando rispidamente:

-Isso aqui não é um Mouton de 1928!!!

O sommelier assegura-lhe que é.
O cliente insiste que não é.
Estabelece-se uma discussão e, rapidamente, cerca de 20 pessoas rodeiam a mesa, incluindo o chef de cuisine e o gerente do hotel que tentam convencer o intransigente consumidor de que o vinho é mesmo um Mouton de 1928.
De repente, alguém resolve perguntar-lhe como sabe, com tanta certeza, que aquele vinho não é um Mouton de 1928.

- O meu nome é Philippe de Rothschild - diz o cliente, modestamente - e fui eu que fiz esse vinho.

Consternação geral.
O sommelier, então de cabeça baixa, dá um passo à frente, tosse, pigarreia, bagas de suor escorrem da testa e, por fim, admite que serviu na garrafa de decantação um Clerc Milon de 1928, mas explica seus motivos:

- Desculpe, mas não consegui suportar a idéia de servir a nossa última garrafa de Mouton 1928. De qualquer forma, a diferença é irrelevante. Afinal o senhor também é proprietário dos vinhedos de Clerc Milon, que ficam na mesma aldeia do Mouton. O solo é o mesmo, a vindima é feita à mesma época, a poda é a mesma, e o esmagamento das uvas se faz na mesma ocasião, o mosto resultante vai para barris absolutamente idênticos. Ambos os vinhos são engarrafados ao mesmo tempo. Pode-se afirmar que os vinhos são iguais, apenas com uma pequeníssima diferença geográfica.

Rothschild então, com a discrição que sempre foi a sua marca, puxa o sommelier pelo braço e murmura-lhe ao ouvido:

- Quando voltar para casa esta noite, peça à sua namorada para se despir completamente. Escolha duas regiões muito próximas do corpo dela e faça um teste de olfato. Você perceberá a diferença que pode haver numa pequeníssima diferença geográfica!!!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Pinot Noir Pr1mus

"Fazer vinho é uma técnica; um bom vinho é uma arte".
Roberti Mondavi.


Eu guardo os melhores vinhos na parte de baixo da minha adega. E nessa gaveta havia, até o meu casamento, um Pinot Noir Pr1mus da Bodega Salentein, safra 2002. Ele estava prometido a um amigo. Havia de ser bebido em conjunto n'alguma ocasião especial, e o casório, no meio da Floresta da Tijuca, me pareceu adequado. E foi!!

Eu tinha a melhor expectativa possível deste vinho, o tratava como a jóia da coroa. Confesso: Não tenho vinhos muito caros na adega... Já havia bebido um Pinot Noir básico da Bodega Salentein (U$ 13,00 no Free Shop de Buenos Aires) e tinha ficado maravilhado com ele e ansioso por abrir o Pr1mus que é o premium da bodega, com produção limitada e apenas das melhores uvas... E a expectativa valeu a pena.

Apesar de não ter podido bebê-lo com a devida calma, afinal eu estava no meio da cerimônia do meu casamento, foi - de forma inconteste - um dos melhores vinhos que eu bebi na vida. E a opinião - abalizada - do meu amigo e sua esposa, também foram na mesma direção. Aromas complexos, evoluindo perfeitamente na taça, amplificando os sabores deixando uma ponta de chocolate na boca. Um vinho quase perfeito.

Essa minha garrafa eu comprei em São Paulo num shopping no Morumbi por 130,00, na época era relativamente baixo, para um vinho que já tinha sido considerado o melhor Pinot Noir do hemisfério sul. Ao viajar a Buenos Aires, pensei em comprar outra, mas mesmo lá estava por algo em torno de 300 pesos. Caro para os padrões de BsAs. Só vi por 120 pesos no primeiro dia num supermercado distante, não voltei lá pra comprar. Se arrependimento matasse...

Dessa safra (2002) não encontrei mais nenhuma garrafa, porém está disponível na Wine House (SP) por R$ 205,00 algumas garrafas da safra 2004. Vale a pena dar uma ligada lá xx 11 3704-7313 e falar com a atenciosa Danielle, pois no site não encontrei o Primus Pinot Noir.

Trata-se de um vinho premiado, caro e inacessível para o dia a dia, mas para alguma ocasião especial se justifica. Taí um belíssimo presente.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Gravidez, Casamento, Lua-de-Mel e 40 anos


Pois é, engravidei (minha mulher é claro...), resolvi casar, saí em Lua-de-Mel e Completei 40 anos. Não preciso nem dizer que o tempo sempre tão escasso caiu a zero. mas agora estou de volta e com grandes novidades. Apesar de ter ido para o Sul da Bahia e ter ficado mais à base de cerveja que de vinho, tenho várias novidades pra contar e antecipo aqui alguns dos próximos tópicos que abordarei aqui:

  • Como escolhi os vinhos para a cerimônia de casamento.

  • CADEG II – A Missão. O Bom ficou muito melhor numa segunda visita.

  • Salentein Pr1mus. Foi-se a jóia da coroa. Bebi no casamento o melhor vinho da minha adega. Maravilhoso...

  • Mounton Cadet. O vinho que bebi dos 39 para os 40.

  • Por que vinho bom é caro?

  • Por que cheiramos a rolha?

  • Châteauneuf-du-Pape 2001. O vinho que o meu padrinho de casamento me trouxe de NY.

É isso aí. Estou de volta e com saudades de escrever.


sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Vinho na Cadeg??


"Depois de um árduo dia de trabalho, uma taça de vinho é um grande conforto"
Ludwig van Beethoven


Um dos lugares mais escondidos do Rio de Janeiro é a CADEG, em centro de distribuição em Benfica, um bairro típico do subúrbio carioca, com origem notadamente lusitana e funciona de madrugada. Começa a ficar bem animado por volta das duas horas da madrugada.

Na CADEG é onde encontramos flores e mudas de árvores a preços de atacado, e podemos comer um bom bacalhau a preço honestíssimo ou um gigantesco filé com fritas acompanhado de uma Antártica Original bem gelada.

Tudo isso sempre soube e tento manter apenas entre os amigos, mas outro dia – enquanto bebia a minha cerveja (nem só de vinho vive o homem) fui surpreendido pela visão de um típico armazém português, com direito a gato embaixo do monte de bacalhau, repleto de vinhos. Fui conferir, e não é que tinha uma boa relação de vinhos portugueses a preços bem em conta? Desde os mais simples, que você esperaria encontrar num armazém da esquina, até o mitológico Pêra Manca por R$ 380,00.
Os preços são bons, em sua maioria, abaixo dos preços de supermercado, como por exemplo o Quinta da Bacalhôa por R$ 75,00 ou o EA da Fundação Eugênio Almeida (Adega Cartuxa) por apenas R$ 29,00. Também tinha alguns argentinos e chilenos, mas o forte mesmo são os vinhos portugueses.

Tirei algumas fotos e criei um álbum virtual em http://public.fotki.com/Bebadosamba/cadeg-e-vinhos/

Quando eu estava todo feliz com a descoberta e a bolsa cheia de garrafas, encontrei um amigo que falou o seguinte:
“-Cara este armazém aqui é ótimo, mas se você descer a escada rolante ali em frente e dobrar a esquerda tem uma loja com muito mais vinho.” Como estava atrasado, não fui conferir, mas vou dar um pulo lá num sábado desses pela manhã.

Ou seja, uma boa pedida é encarar um bacalhau e comprar vinhos na Cadeg. Quem diria?

Ficha:
CADEG - Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara
Funcionamento:
Segunda a sábado de 01h às 16h
Domingos e feriados de 01h às 10h

Tels : (21) 3890-0202 / (21) 3526-5717
Fax : (21) 3890-3914

sábado, 18 de agosto de 2007

Dica Pra logo Mais: Vinho e Pizza no Leblon.

"Bebo para tornar as outras pessoas interessantes. "
(George Jean Nathan)

Como seria bom se nós pudéssemos ir a uma boa pizzaria no baixo Leblon e tomássemos um bom vinho pagando preço de supermercado. Isso parece um sonho certo? Errado!!

Reúna alguns poucos amigos de bom papo, entre no Zona Sul da Dias Ferreira, peça uma pizza marguerita e escolha - na prateleira!! - um vinho para acompanhar, pagando o preço de supermercado. E – no caso dos vinhos - o Zona Sul pratica preços bem honestos.

Para acompanhar a pizza de marguerita, sugiro um bom vinho tinto do sul da França ou da Itália, pois tomate, manjericão e o molho são tipicamente mediterrâneos, mas já experimentei com um Tarapaca Reserva Cabernet Sauvignon ( trinta pratas ) do Chile e caiu muito bem.

A pizza tem massa fina, é individual e você pode usar alguns dos excelentes azeites vendidos na loja. O vinho vem à mesa num balde de gelo e eles servem numas tacinhas de cristal, tipo sommelier, que são excelentes para sentir bem o aroma do vinho. Alias essas taças são vendidas por 20 pratas o par. Barato!!

FICHA:
De 2ª a Sábado 11:30 às 00:00. Domingo de 11:30 às 22:00.
Link http://www.zonasul.com.br/script/ZsaMostraLojas.cfm você pode consultar que outras lojas do Zona Sul possuem pizzaria, onde o esquema é o mesmo. Mas provavelmente não devem ter o clima da Dias Ferreira, suas livrarias, botecos, bares...

Vou ver se dou um pulo logo mais à noite.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Vinho tinto no verão...

O enochato diz: “Inverno harmoniza com vinho tinto”.
O que faço no inverno: Encho o pote de vinho tinto!!

O enochato diz: “O verão pede vinho branco, devemos degustar um bom chardonnay ou chablis
O que faço no verão: Ligo o ar condicionado, pego uma garrafa de vinho tinto na adega (já vem na temperatura certa, mas um balde de gelo ou água fria resolve bem isso) e encho o pote de vinho tinto.

Quem sabe faz a hora... E a verdade absoluta é bastante relativa. O importante é fazer o que se gosta... Eu prefiro tinto.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Boas Novas!!

Meu irmão chegou ontem da Europa e me deixou o seguinte scrap:

"01 - Baron Philippe de Rothschild Cabernet Sauvignon Reserva 750ml Preço: US$11.50
02 - Vinho Frances Frances B.Rotschild Mouton Cadet Rouge 750ml Preço: US$15.50
02 - Vinho Chileno Baron De Rotschild Merlot 750ml Preço: US$7.50
02 - Vinho Chileno Baron De Rotschild Cabernet Sauvignon 750ml Preço: US$7.50

Valor total: US$72,50

Já encaixotado, é só passar e pegar"

Uêba!! Em breve avaliaremos aqui o B. Rotschild Mouton Cadet Rouge.

Fim de férias: Free Shop

"O vinho é como a encarnação: É divino e humano".
Paul Tilich


Descontada a dor de cabeça que é pegar avião no Brasil do oligopólio TAM-Gol, temos sempre a opção de comprar algum vinho no free-shop. Atualmente, junto com alguma bebida escocesa, é única coisa que realmente compensa comprar no free-shop. Pois não são abusivamente caros e evita o transtorno que é carregar os vinhos durante a viagem e embalá-los para despacho, posto que não podem mais vir na bagagem de mão.

Mas aí vem a dúvida; que vinhos comprar? Os da oferta? Os básicos de supermercados a preços mais baixos? Eu sempre tenho uma dupla abordagem, comprar a preços baixos os vinhos clássicos, facilmente encontráveis no Brasil e experimentar alguns vinhos que não achamos em cada esquina. Assim sendo, segue a minha lista, baseado no que temos hoje no site do free shop.

Figurinhas Fáceis por Aqui:

Quinta da Bacalhoa. Um português que não deixa nada a dever aos bons Bordeaux. Vendido por aqui entre 80 e 100 reais, no freeshop sai por US$23.50. Merece um bom decantador por 40 minutos antes de ir à mesa.

O argentino Finca La Linda Malbec, da prestigiosa Bodega Luigi Bosca, por US$7.50. Por aqui cobram 30 e poucos reais. Um bom malbec.

Sugestões:

Wodbridge - Robert Mondavi Private Selection nas uvas Cabernet Sauvignon ou Zinfandel. Vinho que leva o nome de um dos mais respeitados viticultores dos Estados Unidos, (falecido há alguns anos) responsável pelo renascimento do vinho na Califórnia. O Cabernet é mais próximo do estilo bordalês de vinho já o Zinfandel é uma uva muito cultivada na Califórnia e produz vinhos com elevado teor alcoólico, forte sabor frutado e uma ponta apimentada. Uma posta, pois ainda não experimentei.

O Francês “Mouton Cadet” por US$15.50. Trata-se do irmão mais novo do renomado Mouton Rothschild, um dos cinco melhores vinhos de Bordeaux... O Cadet Mounton foi criado especialmente para o mercado americano, levando um Bordeux de sangue nobre a baixo custo. Por aqui está custando mais de 50 pratas, mas não se acha em qualquer esquina.

Baixo Custo:

Também do Barão Rothschild, só que produzido no Chile em larga escala e baixo custo, temos o Baron De Rotschild Merlot e Cabernet Sauvignon por US$ 7.50. Grande pedida.

O Etchart Cabernet Sauvignon, está em promoção, três garrafas de 750 mL por US$ 24,00. Precisa de um tempo para respirar e ganhar corpo. Pelo preço, melhor o Rothschild e o Finca la Linda.

Fuja a todo custo do Pinot Noir, Chanson Gevrey Chambertin. Aguado, sem força. Bonita garrafa, péssimo conteúdo.

Em tempo: o Site do Free Shop é: http://www.dutyfreedufry.com.br. Eles aceitam reservas, pelo 0800 21 6168.

Só espero que o meu camarada, vindo de NY, leia esse blog...

sábado, 21 de julho de 2007

Pinot Noir da Patagônia !! Humberto Canale Gran Reserva - Marcus.

Primo pro nummata vini,
ex hac bibunt libertini;
Carmina Burana
Nesta quarta peguei um vinho da gaveta de baixo da adega, onde guardo os vinhos mais caros ou raros, para serem abertos apenas em ocasiões especialíssimas. Bem, tive uma notícia excepcional, e resolvi comemorar: Abri um Humberto Canale, “Marcus – Pinot Noir – Gran Reserva – 2005.”

Vinho feito na Patagônia, onde ao que parece as uvas Pinot Noir (adoram frio) se adaptaram muito bem, foi comprado na Winery em Buenos Ayres, por recomendação explícita do sommelier da casa, o atencioso Sr Carlos. Não foi excessivamente caro a época, mas hoje está por 85,00 pesos - cerca de 50 reais - mas como não é muito trivial ir a BsAs, botei na gaveta de baixo.

Como sempre acontece quando me emociono, meu nariz ficou congestionado, o que dificultou um pouco a análise, mas mesmo assim deu pra perceber a riqueza de aromas, que evoluíam muito bem no copo com o tempo. Pede um decantador por, pelo menos, 40 minutos para ficar um pouco mais aberto.

A cor e limpidez absolutamente perfeitos e o sabor digno de um bom Pinot Noir com toda a delicadeza e sutileza, com toque de frutas silvestres – me lembrou um pouco amora – e ao mesmo tempo - contraditoriametne - os taninos são intensos, dando um tom picante, que vai se esvaindo com o tempo. Excelente!

No corpo e densidade na boca, me lembrou muito um Pinot Noir da Bodega Salentein (13 dólares no freeshop de BsAs) que é excelente.

Moral da história: Adorei o vinho e fui buscar na web pra ver se encontrava no Brasil.

Achei na Viavini por 85,00 reais e na Mercosul Vinhos - safra 2002 - por 95 pratas.

Numa opção mais acessível, encontrei na Grand Cru, por 39,00 reais, a versão que passa menos tempo em carvalho – 6 meses contra nove do Gran Reserva – mas por menos da metade do tempo. Talvez valha conferir. Por R$ 44,10 achei um “Humberto Canale Pinot Noir” no Castelo do Vinho, mas no site (muito ruim e inseguro, diga-se) não tinha qualquer informação relevante sobre o vinho. Vou ligar lá pra saber se é o Gran Reserva, quem sabe?

Acessível o Gran Reserva? Nem tanto, mas vale o preço.

domingo, 15 de julho de 2007

Montmartre em Copacabana - “C´est Si Bon”

"Existe mais filosofia numa garrafa de vinho que em todos os livros."

Pasteur


Para comemorar o 14 de Julho, a comunidade franco-carioca organiza neste fim-de-semana o “C´est Si Bon” no Forte de Copacabana, ali no final do posto seis.

Há uma feirinha de culinária francesa onde - logicamente – se pode comprar um bom Bordeaux, se abancar numa mesinhas e comer, por exemplo, um bom pão francês com foi-gras... Ou pedir uma taça de um rosé para acompanhar algumas ostras de Santa Catarina... E sentir-se em plena Montmartre, com algumas vantagens: ao fundo a belíssima praia de Copacabana e o som das ondas quebrando no rochedo.

Fui lá ontem para conferir a dica da sommelier Deise Novakoski - publicada na coluna “Três Doses Acima” no O Globo - e experimentar o Bordeaux Château Lesparre. Valeu a dica. O vinho é com certeza um legítimo representante da sobriedade e requinte dos vinhos de Bordeaux, deu para perceber os aromas intensos e o sabor típico de um Bordeaux envelhecido. 15 pratas a taça e 70 reais a garrafa na Vitis Vinífera. Vale o preço da garrafa, pois na taça sai caro. Pequena e de plástico bem vagabundinho.

Além da taça plástica e do preço alto, outro ponto negativo foi a temperatura. O vinho foi servido gelado e não resfriado à temperatura correta.

Em outras palavras; recomendo aos que me lêem, largar tudo e ir pra lá, mas levem as suas próprias taças. O fim de tarde desse nosso inverno magnífico com um bom vinho e boa companhia...

Serviço:

Vitis Vinífera
Rua Barata Ribeiro 360 lj 326 ,
Copacabana, RJ, Tel:(21) 2235-3968

Programação completa do evento:
http://www.rioscope.com.br/website/article.php3?id_article=295

Em PDF:
http://www.rioscope.com.br/website/IMG/_article_PDF/article_295.pdf

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Finca Flichman - Acessível em Essência

Oh! vazio! meu copo esta vazio! Olá taverneira, não vês que as garrafas estão esgotadas? Não sabes, desgraçada, que os lábios da garrafa são como os da mulher: só valem beijos enquanto o fogo do vinho ou o fogo do amor os borrifa de lava?”

NOITE NA TAVERNA - Álvares de Azevedo

Um dos exemplares mais característicos do que se pode chamar de vinho acessível, são os produzidos pela bodega “Finca Flichman”. Bodega de grande tradição na Argentina, pois sua fundação remonta ao século XIX, mais precisamente 1873, e que no final do século passado passou por um uma grande modernização, voltando suas baterias para o mercado externo.

Eles giram em torno dos vinte reais, e são encontráveis em três tipos de vinhos básicos: O mais barato deles, da série “Barrancas”, garrafas simples, preços em torno dos 15 reais. Vinho rústico, sem passar em barril. O malbec é adequado para acompanhar uma picanha num churrasco informal, onde o vinho pode substituir – com vantagens - a cerveja. Simples e barato, mas faz tempo que não o encontro por aí.

Já a série simples, mas que passa algum tempo em barril (OAK Aged) suavisando os taninos e arredondando os aromas, também tem custo baixo, há algum tempo custava uns 25 reais, atualmente encontro abaixo dos 20 com facilidade. Neste exato momento em que digito estou matando um Cabernet Sauvignon, 2005 desta série, comprado – em promoção - por menos de 17 reais no Pão de Açúcar.
As duas primeiras taças acompanharam - muito bem diga-se – dois medalhões com arroz de ervas e me deram a paz de espírito necessária para vir ao computador rascunhar esse texto.
Ele sozinho, acompanhando a digitação, já não se sai tão bem, mas também não faz feio. Ou seja, ele pede um bife. Na análise técnica dei nota 79, utilizando o método de degustão Giancarlo Bosi, cuja nota máxima é 100.

Agora o irmão mais velho da família, tem o belo nome de “Caballero de La Cepa” e é bem melhor que seus irmãos mais novos. Vinho que pode ser bebido sozinho ou com um queijo de cabra ou mesmo roquefort, sem fazer feio. O Cabernet é um vinho no estilo dos Bordeaux mais simples e honestos. O Malbec – como todo Malbec – pede uma carne gordurosa para amaciar os taninos, idealmente uma picanha maturada argentina... O último Caballero eu comprei por 36,00 reais em promoção no Lidador.

Neste ano tenho encontrado também vinhos brancos e rosés com a marca Finca Flichman. Mas faltou coragem para experimentá-los. Eu gosto mesmo é de vinho tinto.

Em outras palavras podemos finalizar dizendo o seguinte: Todo Finca Flichman vale o que é cobrado por ele. Não é um vinho para fazer bonito numa ocasião especial, mas não faz feio no trivial. E o que é melhor; além de barato, é facilmente encontrável em supermercados e até mesmo postos de gasolina e ser acessível, é também ser encontrável.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Vinho Acessível – A Proposta.

“Ao provar o vinho, vislumbramos,
na iminência da noite, os nossos sonhos.”

D. H. Lawrence


Vamos aqui tentar definir o que vem a ser um vinho acessível, coisa nem tão simples assim.

Em primeiro lugar vamos excluir o que não é vinho: Não é vinho (apesar do parentesco com alguma uva) todos os vinhos vagabundos, além dos clássicos: Chapinha, São Roque e Sangue de Boi, seguem-se: todos os feitos em São Paulo, os docinhos da Serra Gaúcha, os argentinos baratos (Marques de La Colina é um exemplo eloqüente...) e alguns nacionais pretensiosos. Esses vinhos estão banidos desse site.

Excluídos os indigentes derivados de uva, temos um panorama mais restrito, que eu separo em quatro categorias:

Os Intangíveis: Todos os grandes clássicos franceses com sobrenomes pedantes, como Montrachet, Rotschild, Romanèe Conti e preços escorchantes. Preços que são definidos não de forma proporcional a qualidade, mas normalmente à raridade. esses vinhos são inalcançáveis à maioria dos mortais.

Desses também não falarei por aqui, pois estão absolutamente longe da proposta dos vinhos acessíveis, e deles também “nunca vi nem bebi, só ouço falar”

Excluídos inferno e céu, temos os vinhos realmente acessíveis, os acessíveis e os vinhos para ocasiões especiais.

No primeiro time jogam os vinhos até cinqüenta reais, é onde normalmente podemos encontrar boas surpresas positivas e poucas decepções. Afinal ninguém vai ficar decepcionado com um vinho que custou vinte e poucas merrecas, mas vai ficar maravilhado com boas surpresas positivas, (tive uma grata surpresa com o Pinord Clos Torribas Crianza... papo para outro artigo...). Este é o grupo alvo deste blog. Uma vez por semana abordaremos uma boa surpresa ou evitaremos uma grande roubada, como o Tannat do artigo abaixo.... Veremos aqui mais surpresas que decepções... Assim espero.

Acima dos 50 reais, e abaixo dos 100, temos os vinhos nos quais não aceitamos problemas. O vinho tem que ser – no mínimo – bom. Mas é aqui, entre o caro e acessível, onde temos as maiores decepções. Pois muito vinho vive apenas do nome... Falaremos deles aqui de vez em quando.

Já na casa dos três dígitos, temos os vinhos caros, mas que eventualmente podem ser comprados para uma ocasião realmente especial. Um vinho para guardar na adega esperando uma data que o mereça... Ou uma ocasião ímpar... Vamos falar deles de vez em quando, assim espero.

Moral da história: Vamos focar nos vinhos entre 20 e 50 pratas. Um pouco mais, um pouco menos... Mas vai ser por aí.

Até lá!!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Tannat - Viento Sur - Nome pra Lembrar...

Bem,

Fazia tempo que eu queria experimentar um vinho da Província Cisplatina (também conhecida como Uruguai) especialmente da uva Tannat, mas a minha falta de conhecimento dos produtores cisplatinos sempre me inibiu.

Ontem estava passando pela sessão de vinhos do Pão de Açúcar e me deparei com uma garrafa do Viento Sur, Tannat... Garrafa bonitinha, simples, mas completinha, com fundo côncavo inclusive... Pensei: “ se for uns vinte e poucos, eu levo.” Era doze. Levei.

Levei ferro. Muito ruim mesmo. Bebi um gole pra degustar e desisti de avaliar a sério. Peguei um queijo gruyère pra ver se salvava. Nada. O queijo – nacional fraquinho - era bom demais para o vinho. Sem perfume, sem cor, sem força, sem gosto. Ruim demais.

Sobrou mais da metade da garrafa. Não voltou pra adega. Foi pra geladeira, vai virar molho de algum medalhão. Espero que não comprometa uma das minha receitas favoritas...

Continuo querendo experimentar um BOM vinho Tannat da Província Cisplatina...

Decifrando o Vinho

"Abstêmio: ad.s.m; Pessoa fraca que se rende à tentação de negar um prazer a si próprio"

No dia 19 de Abril deste ano fui numa degustação promovida pelo Supermercado Zona Sul. E foi absolutamente instrutivo.

Na verdade mais que uma degustação, foi um tutorial de como analisar vinhos. Eles deram um bloquinho com muitas fichas de avaliação, e de acordo com o serviço dos vinhos as análises eram feitas.

Volterei a essa ficha de avaliação em breve. Pretendo transformá-la numa planilha com um tutorial para cada campo a ser preenchido.

De todos os vinhos servidos, o grande destaque na minha opinião, foi um Syrah francês: "Laurent Miguel Nord Sud", que sai por R$ 57,00, no Zona Sul (claro...).


Acabei comprando um, mas está na parte intermediária da adega, de onde eu só tiro vinhos em ocasiões especiais...

No mesmo supermercado tem um outro Syrah, misturado com outra uva, do mesmo produtor a preço bem mais baixo. É bonzinho... Mas não leve gato por lebre. O de 57 pratas vale o que custa.


Em tempo: Ele recebeu nota 95 na minha avaliação, ganhando notas máximas na análise gustativa. Ou seja: é bom de beber.

sábado, 30 de junho de 2007

Vinho Accesível

Aqui farei o que nenhum enochato faz... descomplicar o vinho, analisá-los de forma precisa e dar as dicas que realmente interessam...