segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mais uma Foto de Celular - Degustação na Bergut



Essa foto foi tirada com um celular Android (Motorola Milestone - No Tio sam, chamam-no Droid). Não costma fazer boas fotos à noite e em interiores. Caso dessa.

Mas gostei do Resultado...

Clique para ampliar.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Cabrito e Verdades Absolutas



Existem certas verdades que resistem ao tempo, uma delas:

"O melhor cabrito do Rio de Janeiro é o do Nova Capela"


Entretanto, na minha modestíssima opinião, o cabrito servido às sextas-feiras no "Poleiro dos Galetos" pode se candidatar sem medo ou vergonha. É muito bom.

O Poleiro dos Galetos é um pé-sujo (pé-sujíssimo na verdade) situado na CADEG. O famoso mercado das flores de Benfica, um excelente lugar pra se comprar vinhos, bacalhau e diversos outros produtos também.

A CADEG tem muito a melhorar, principalmente no que tange à limpeza e serviços. Mas a qualidade e preço de tudo que oferecem por lá, já vale a visita.

Na quinta-feira feira santa, fui lá e experimentei o cabrito em detrimento ao bacalhau. Ambos pratos do dia, especialmente para a quinta-feira que era a santa.

O Prato servido de forma rústica, para pessoas que não tenham frescura, é acompanhado por arroz, farofa e batatas cozidas. Percebi que – em função da sua maciez - o bicho deveria ter passado por panela de pressão tendo sido assado à posteriori. O prato vem acompanhado de arroz e farofa (foto acima, tirada com o celular...). Dá pra dois com alguma folga. Delicioso. Tão gostoso que eu pedi mais um para viagem e servi em casa à noite, contando a lorota que fora feito por mim... (depois desmenti...).

Em casa, o servi acompanhado de um ótimo malbec (Punto Final Reserva, Rótulo Branco. Excelente!!), com uma apresentação mais caprichada, e a minha mulher, também fã do cabrito do capela, confirmou a minha impressão, estava mais gostoso.

Voltei lá no sábado pra comprar vinhos e passei por lá pra beber uma Original e perguntei às cozinheiras como o cabrito é feito e, ao que parece, isso é um segredo mais bem guardado que o terceiro segredo de Fátima. O cabrito é temperado pelo próprio portuga dono do boteco. Leva vinho e uma série de temperos, fica no molho por cinco dias, passa por panela de pressão e depois é assado. Ou seja, é um prato que leva quase uma semana pra ser feito. Por R$ 23,00, para duas pessoas? Está MUITO barato.

Liguei no telefone do Poleiro e fui gentilmente atendido pela D. Lúcia que me me passou Cardápio de pratos do dia:

Segunda: Costela e Frango R$ 18,00
Terça: Costelinha e Rabada R$ 20,00
Quarta: Feijoada Brasileira R$ 23,00
Quinta: Cozido R$ 23,00
Sexta: Cabrito R$ 23,00 e Bacalhau R$ 35,00

Caso queira levar um vinho para acompanhar o cabrito, eles cobram aproximadamente 8 reais pela rolha, recomendo levar as taças também.

Bem, me coloquei um desafio: Vou tentar fazer um cabrito lá em casa, tão bom quanto...

Ficha:
Poleiro do Galeto
Rua Capitão Felix N° 110 / Avenida Central N° 57
Benfica - Rio de Janeiro
Telefone: 8217-3921

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Linguine al Nero di Sepia ao Molho de Camarão com Vinho Branco... Valeu Priscila!!




Mais uma dica da Priscila, minha vendedora favorita. Nunca empurra vinhos que não me interessam e tem sempre uma dica interessante. Dessa vez ela foi completa, indicou o prato, o vinho e o modo de preparo. Eu apenas segui os passos recomendados:

O prato: - Clique na foto para ampliá-la

À primeira vista soa estranho um macarrão negro no prato e mesmo panela. Estranho mas gostoso. Fiz como faria um macarrão normal; cozido até passar um pouco do “al dente” na água com sal e azeite. O molho de camarão foi a recomendação para acompanhá-lo. Usei camarões congelados médios, mas de primeira linha. Imagino que fique ainda melhor com camarões VG frescos e descascados a hora. Refoguei os camarões no azeite ao alho e os joguei no molho de tomate pelado, alho e cebola (tudo fresco e picado) e azeite. Muito azeite. Deixei em fogo baixo por uns 10 a 15 minutos.
Temperei com, sal, pimenta do reino branca moída na hora. Salsa e cebolinha (picadas) e umas folhas de manjericão inteiras.

O Vinho: - Clique na foto para ampliá-la

Como já disse por aqui outras vezes, não costumo gostar muito de vinho branco, mas certos pratos simplesmente não podem ser servidos com vinho tinto. É o caso deste. E este branco argentino acompanhou super bem o prato. Simples, aromático e refrescante.

Resultado Final:


Esse é um prato para impressionar alguém (usaria outro verbo, mas me controlei!!), pois é bom, raro, bonito, gostoso e leve. Não pesou depois, como costumam pesar as pastas comuns, e inspirou alguns instintos básicos...

Ficha Técnica
A massa: Linguine al Nero di Sepia R$ 29,90
O vinho: Andeluna Chardonnay 2009 R$ 35,00 (O reserva custa R$ 58,00)
Ambos comprados na Bergut.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Rolhas, rolhas, rolhas....



Há séculos a indústria do vinho busca formas eficientes de arrolhar as garrafas de vinhos. As rolhas convencionais apresentam diversos problemas, o maior deles é a possibilidade de infectar o vinho com a TCA fazendo com que o vinho fique bouchonée. Isso acontecia em larga escala, sobretudo nos vinhos mais caros, que são os vinhos normalmente armazenados por mais tempo. Isso provocava uma perda quase irreparável e uma grande oportunidade para os pedantes rejeitarem vinhos – às vezes bons – nos restaurantes:

-C'est Bouchonée

Nos últimos tempos, a indústria de rolhas de cortiça, melhorou o seu padrão de produção e as contaminações dos vinhos reduziu-se muito, mas ainda assim continua gerando perdas.

Com isso, a indústria se movimenta na tentativa de substituir as rolhas convencionais por outras formas melhores de vedação da garrafa.

Já experimentei – e não gostei!! – rolhas sintéticas - de materiais mistos de borrachas e plásticos - e roscas metálicas. Geralmente utilizadas em vinhos mais simples e baratos. Não sei se por essa razão, o fato é que não gostei.

Recentemente – numa degustação – fui apresentado a um vinho branco arrolhado com a “vino-lok”. Me pareceu uma curiosidade interessante e não passou disso.

Passei outro dia na Bergut e a Priscila me recomendou o vinho Cusumano (siciliano da uva Nero D'Avola), aprovado com louvor diga-se, porém, o que mais me chamou a atenção foi a rolha de vidro. Gostei.

Fiquei meio chateado por não poder usar o meu super saca-rolha screwpull, mas gostei: Muito prático, higiênico, reciclável, custo baixo, não esfarela, não envelhece, não precisa ficar umedecida, não requer nenhum acessório adicional...

O “Vino-lok” não permite a passagem de ar, isolando completamente o líquido do ar, impedindo a oxidação do vinho. E como é 100% estéril, não contamina o vinho, impedindo que ele se torne bouchonée.

Um outro aspecto irrelevante à primeira vista, porém importante no final das contas: O rolha vino-lok é danada de bonita. Clique na foto pra ampliar... E não vai fazer feio.

Os Problemas:
Ao contrário dos destilados, como a cachaça e o uísque, o vinho envelhece e evolui na garrafa e um dos componentes desse processo de envelhecimento e evolução é a micro-oxigenação, que é possível através das rolhas de cortiça, mas inexiste no Vino-lok (tem um produtor australiano tentando outra rolha de vidro, com outra tecnologia, que permitiria essa micro-oxigenação, mas por enquanto é teste apenas), com isso o vinho até evolui, pois ele é vivo, mas de outra forma.
Com isso, não creio que a Vino-lok venha a ser adotada massivamente nos vinhos de guarda. Ficando estrita aos vinhos básicos, médios para serem consumidos jovens, com poucos anos de vida.

As Rolhas Contra-Atacam:
Mas é claro que os produtores de cortiças estão contra-atacando, usando inclusive argumentos ecológicos e sustentáveis, que quiser pode ver um interessante documentário institucional deles neste link

Ponto Final:
Pelo menos para uma coisa vai servir; evitar que o pedante enochato possa exibir o seu mau-humor nos restaurantes da vida.

-C'est Bouchonée